20 de abril de 2008

La Ciudad de los Malditos

Primer Acto:

"Un escritor nunca olvida la primeira vez que acepta unas monedas o un elogio a cambio de una historia. Nunca olvida la primeira vez que siente el dulce veneno de la vanidad en la sangre y cree que, si consigue que nadie descubra su falta de talento, el sueño de la licteratura será capaz de poner techo sobre su cabeza, un plato caliente al final del día y lo que más anhela: su nombre impreso en un miserable pedazo de papel que seguramente vivirá más que él. Un escritor está condenado a recordar ese momento, porque para entoces ya está perdido y su alma tiene precio."

Assim começa o mais recente romance de Carlos Ruiz Zafón, "El Juego del Angel".

Já o "conhecia" do seu anterior romance, a "Sombra do Vento", desta vez aventuro-me na leitura na versão original.

19 de abril de 2008

"O Juiz vai nu..."

Vem este postal a propósito de uma notícia da Revista "Sábado" desta semana (a n.º 207, de 17 a 24 Abril), intitulada "O JUIZ MAIS TEMIDO". 

Trata-se de uma peça (des)infromativa sobre o Carlos Alexandre, Juiz, com o seguinte sub-título,: "MAGISTRADO QUE ESTÁ A INCOMODAR POLÍTICOS, EMPRESÁRIOS E BANQUEIROS".

É que a "notícia" é sobre um juiz que faz aquilo para o qual é pago (salvo o devido respeito, parece-me um pouco notícia sobre um calceteiro que faz calçada, ou sapateiro que arranja sapatos, sem querer ofender ninguém ou desprestigiar qualquer profissão)... Será o único? E por isso (coisa rara) torna-se imperativa a notícia, como forma de mostrar aos "outros" o que é "trabalhar de juiz"?

Merecerá maior mérito o juiz que julga "políticos, empresários e banqueiros" porque infringem a lei, daquele que julga condutores alcoolizados? 

É que se assim é, o mérito nem será dele, mas antes do Ministério Público que é o titular de toda e qualquer acção penal. Se ele, juiz, os julga e os condena, isto é, "incomoda", é porque alguém (o Ministério Público), já fez todo um trabalho anterior (investigação) e lhe apresenta a acusação... ou o "bandido" para ser ouvido em primeiro interrogatório e para lhe ser aplicada uma medida de coacção, maxime a prisão preventiva... (daí a comparação com o calceteiro ou o sapateiro). Lembro que o juiz, seja ele de instrução, seja de julgamento, não pode, por sua iniciativa, perseguir criminalmente quem quer que seja. Essa é a função de outra Magistratura, a do Ministério Público.

Tudo o que o Sr. Juiz se limita a fazer é desempenhar as funções que lhe foram atribuídas. Haverá alguma coisa de extraordinário, de tão raro que se torne necessária uma notícia? Ou ser-lhe-á exigível que faça o seu trabalho com todo o profissionalismo e competência? 

Precisará, um juiz, para mostrar que desempenha a sua função (para a qual é pago), de promoção ou de cobertura jornalística? De expor a sua vida privada e os casos em que teve intervenção ou que tem em mãos?

É que o "ridículo" (desculpem mas não consigo encontrar outro adjectivo) da coisa vai ao ponto de ao mesmo tempo que mostra que sente medo do que faz, e por isso anda com segurança 24h ou que sente que foi marcado e que poderá ser abatido a qualquer momento, não se coíbe de se expor, de dar a conhecer o seu dia-a-dia, com horários, rotinas...

O mal não estará, somente, no visado pela notícia, mas também na própria revista. Uma revista que pretende ser um marco da informação, dá cobertura a notícia "cor de rosa", só faltavam as fotos do Sr. Juiz com a família, a mostrar os interiores da casa de família...

Haverá algo de muito errado nisto tudo?

É que "ele há coisas" que por mais que tente, nunca vou conseguir entender... 

Andarão todos em sentido contrário, ou sou só eu?

Este não é o meu país (ou se calhar até é...). Seja como for, "vou-me embora..."