1 de julho de 2006

Soneto a Quatro Mãos

Tudo de amor que existe em mim foi dado
Tudo que fala em mim de amor foi dito
Do nada em mim o amor fez o infinito
Que por muito tornou-me escravizado.
.
Tão prodígo de amor fiquei coitado

Tão facil para amar fiquei proscrito
Cada voto que fiz ergueu-se em grito
Contra o meu próprio dar demasiado.
.

Tenho dado de amor mais que coubesse
Nesse meu pobre coração humano
Desse eterno amor meu antes não desse.
.

Pois se por tanto dar me fiz engano
Melhor fora que desse e recebesse
Para viver da vida o amor sem dano.
Vinicius de Moraes / Paulo Mendes Campos

4 comentários:

MBSilva disse...

Fiquei sem palavras...

Anónimo disse...

Vinicius tem essa capacidade. De nos deixar sem palarvras, ou até mesmo de resumir em meia dúzia de palavras um turbilhão de sentimentos.

JTR disse...

espero que tenha ficado sem palavras, por causa da beleza do poema...

MBSilva disse...

Por que outro motivo? ... ;)