Fui ver com M… o novo filme de Sydney Pollack “A Interprete”, com Nicole Kidman e Sean Penn nos principais papeis.
Francamente, gostei e aconselho. Não pelo facto de a cena inicial ter sido filmada em Moçambique, mas também pela brilhante interpretação de N. K..
Vale o filme, pela fiel representação do "sentir África”.
Encontrei no filme um sentimento que reconheci noutras pessoas, noutras situações: África não é dos negros, mas de quem lá nasce.
Não esse lugar comum de que “pátria é onde nascemos”. A ligação de África com quem lá nasce e/ou lá viveu, conviveu com as suas gentes, é diferente de qualquer outra ligação à mãe pátria. É uma ligação muito mais forte do que qualquer outra. África entranha-se na pele de quem por lá passou e fica um sentimento forte, uma saudade própria, uma melancolia inigualável, um aperto no coração na hora da partida, uma ânsia da expectativa do regresso, uma paixão pela sua terra, pelas pessoas, pela sua imensidão, pelo seu horizonte inantigível mesmo pelo olhar...
Vejam o filme, talvez consigam perceber, melhor, o que quero dizer.
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