«Eu não risco os livros. Faço as anotações à parte e introduzu-as nas páginas enquanto trabalho. Depois retiro-as e atiro-as para o cestos dos papeis.
(...)
Repare, não é qualquer um que escreve. Quer dizer: não o deveria fazer.
(...)
Confesso que algumas reflexões me tentaram, mas um leitor é um viajante através de uma paisabem que se foi fazendo. E é infinita. A árvore foi escrita, e a pedra, e o vento na ramaria, a saudade dessas ramagens e o amor ao qual emprestou a sua sombra. E não encontro melhor sina que percorrer, em poucas horas diárias, um tempo humano que, de outro modo, me seria alheio. Não chega uma vida para percorrê-lo. Roubo a Borges metade de uma frase: uma biblioteca é uma porta no tempo.»
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Repare, não é qualquer um que escreve. Quer dizer: não o deveria fazer.
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Confesso que algumas reflexões me tentaram, mas um leitor é um viajante através de uma paisabem que se foi fazendo. E é infinita. A árvore foi escrita, e a pedra, e o vento na ramaria, a saudade dessas ramagens e o amor ao qual emprestou a sua sombra. E não encontro melhor sina que percorrer, em poucas horas diárias, um tempo humano que, de outro modo, me seria alheio. Não chega uma vida para percorrê-lo. Roubo a Borges metade de uma frase: uma biblioteca é uma porta no tempo.»
[excerto de uma conversa entre o Autor e Delgado, no romance de Carlos María Domínguez, «A Casa de Papel»]
Obrigado M..., pelo excelente livro e por...
1 comentário:
Caríssimo JTR, há livros assim!
Quando se oferecem desejamos (sempre) que se revelem uma 'aposta ganha'... É muito bom poder confirmar que assim é!
Ainda bem, fico muito feliz... :)
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