20 de agosto de 2008

Os filhos pródigos

Mas no meio de tanta "imbecilidade", há outros atletas que realmente se destacam, que demonstraram (ou continuam a mostrar) total dedicação e empenho em conseguir o melhor resultado. 
A estes, independente do lugar a que cheguem, estou-lhes agradecido e reconheço-lhes o mérito. 
Deixo aqui o meu obrigado a Francis Obikwelu, a Vanessa Fernandes, a Nelson Évora, a Emanuel Silva (na canoagem), a Gustavo Lima (na vela - classe Laser), a Afonso Domingues e a Bernardo Santos (na vela - classe Star), a Álvaro Marinho e a Miguel Nunes (na vela - classe 470), a Pedro Póvoas (no Taekwondo), a João Rodrigues (na prancha à vela RS:X), a João Pedro Monteiro, a Marcos Freitas, a Tiago Apolónia (todos no ténis de mesa) e a todos os outros atletas que têm realmente demonstrado o seu empenho e dedicação ao desporto que abraçaram e com o qual defendem as cores da nossa bandeira. 
Para vós toda a sorte do mundo.

Ainda, o "meu" país...

O meu país tem atletas profissionais (ou se preferirem, de Alta Competição) tão bons e de tão alto gabarito que as justificações que apresentam para o seu insucesso nesta edição dos Jogos Olímpicos, são tão claras como demonstrativas da sua falta profissionalismo e da vergonha que não têm na cara:

"Já cheguei à conclusão de que de manhã só é bom na caminha. Pelo menos comigo" - Marco Fortes, eliminado no lançamento do peso.

"Não foi uma competição justa. Lutei um pouco contra os árbitros, parecia uma luta contra quatro. Saí com vontade de rir" - Telma Monteiro, 9.ª no judo.

"A única explicação é que, infelizmente, não sou muito dada a este tipo de grandes competições, como os Jogos Olímpicos" - Vânia Silva, eliminada no lançamento do martelo.

"Muitas vezes os atletas desses países asiáticos não se mostram muito, não aparecem para não serem controlados no doping" - João Pina, 11.º no judo. 

"Agora vou de férias. Trinei para os 3.000 metros obstáculos. Não vou aos 5.000 metros. As africanas são fortes. Não vale a pena." - Jéssica Augusto, eliminada dos 3.000 metros obstáculos.

"Entrar neste estádio cheio bloqueou-me. Acabei a prova fresco, o que é estranho. As pernas não responderam ao tiro de partida. Foi bom ter apanhado aqui este banhozinho, esta tareiazinha e agora ir para casa descansar" - Arnaldo Abrantes, afastado da final dos 200 metros de atletismo.

Conclusão: Uns grandes "calaceiros" que apenas foram cumprir calendário e uma viagem à China; um péssimo exemplo do que representam os Jogos Olímpicos; e um péssimo exemplo desportivo.

18 de agosto de 2008

O “meu“ país

Sou leitor do que Rui Tavares costuma escrever na ultima pagina do jornal o Público. Regra geral, concordo com o que escreve e partilho da sua opinião.
Na sua crónica de hoje dedicada, em suma, ao caso da criança baleada por soldados da GNR, a excepção confirma a regra.
Escreve o Autor, a linhas tantas "Pois aqui vai um pouco de "demagogia": já chegámos à indiferença, falta pouco para a desumanidade. Um crime contra a propriedade não valida a morte de ninguém, incluindo uma criança filha de um criminoso. Um pouco de "esquerdismo": se morreu desnecessariamente um miúdo, pouco importa se o pai dele era foragido e conduzia um mercedes. E um pouco de "politicamente correcto": os ciganos também não gostam quando os filhos deles morrem."

Caro Rui Tavares, parece-me, efectivamente pura e desnecessária demagogia. Não o será se a GNR actuou da forma como fez (disparando os tais sete tiros), porque os assaltantos eram ciganos e se, independentemente de se terem apercebido da presença da criança, mantiveram a sua actuação, indiferentes às possíveis, previsíveis e prováveis consequências. Isto partindo do pressuposto que a GNR tem modos de actuação consoante a "raça" dos assaltantes.
Acreditar ou defender isso, parece-me será entrar na mesma estupidez de quem colocou a coroa de flores  à porta do balcão do BES, em homenagem ao assaltante baleado pela PSP, e onde se podia ler que o assaltante só foi morto porque era brasileiro (a estupidez está no escrito, não no gesto).
Não quero acreditar que a GNR tenha modos de operar consoante a nacionalidade ou "raça" dos bandidos.
É lógico que um crime contra a propriedade não valida a morte de ninguém, muito menos de uma criança. Acredito que foi um final trágico para o sucedido, mas foi um final não previsto, nem querido pelos soldados da GNR.
Mas parece-me que, no fundo, e pelo que tenho ouvido e lido, nos esquecemos do seguinte: o que dizer de quem leva uma criança para um assalto? Que classificação merecerá? Independentemente da actuação da GNR (se houve descuido, sou o primeiro a exigir que se puna o responsável), não haverá responsabilidades a assacar ao pai e ao tio que levaram o miúdo para o assalto?

Não posso deixar de concordar com o que diz Ferreira Fernandes, no DN: "o que me preocupa mais no meu país é que haja um pai e um tio que levam um garoto de 13 anos para um assalto".

Infelizmente, continua a ser este o meu país.

7 de agosto de 2008

Queixinhas #2

Muito falou!

Outro tanto acusou!
Mas, no final, pouco disse...

Tanto assim foi que o inquérito às suas declarações sobre corrupção no Estado, foi arquivado pelo Ministério Público por, ao que parece, "por não ter sido possível obter junto de Marinho Pinto informações para identificar casos ilícitos de natureza criminal".

Não sou eu que o digo!, mas tinha ouvido falar... na TSF
(aqui).

2 de agosto de 2008

Enfermedad


- Tiene usted mala cara - dictaminó.
- Indigestión - repliqué.
- ¿De qué?
- De realidad.