6 de junho de 2007

A agonia do real

"Quando uma nave espacial reentra na atmosfera sofre um choque que quase a destrói. Quando uma criança nasce do ventre de sua mãe, grita de dor, como se ao entrar-lhe o ar exterior nos pulmões, lhe entrasse o desejo de sufocar. Quando o mundo da ilusão reencontra o real, sente-se a vontade da loucura, porque ao menos aí a agonia é medicada. Há é claro sempre a solução de se partir de férias e com isso a esperança de que no regresso esteja já, enfim, tudo morto."

[José António Barreiros, in A Janela do Ocaso]

5 comentários:

Anónimo disse...

...a eterna fuga...Quando se cansará de fugir constantemente? Um dia chegará em que terá de enfrentar, em que terá de ganhar coragem e "virar a mesa"! Não se cansa de adiar?!

Anónimo disse...

Do que tanto quer fugir? Terá receio de, simplesmente, viver? É isso?!... para quem já disse que a vida é feita de riscos e que de nada vale viver sem arriscar... pergunto-lhe... espera que, no seu regresso, tudo esteja morto?!
Não acredito! Viva cada dia, saboreie cada momento, sinta, sofra se assim tiver que ser, mas viva, o resto virá como tiver que ser...:)!

JTR disse...

Em breve resposta:
1.º- O texto ora publicado, e em discussão, não foi escrito por mim, mas sim pelo autor indicado.
2.º- Desconheço o estado de espírito ou o significado que o autor lhe pretendia dar.
3.º- A transcrição que fiz, foi apenas e tão só, por ter gostado do texto.
4.º- Não vejo no texto, o que me "acusam": fuga, medo de viver, de arriscar, do que quer que seja...
5.º- A "fuga", a haver alguma, é para férias, não da vida, das agruras da vida, das dificuldades, ou do que quer que seja... Será, quanto muito, um "fechar para balanço".
6.º- Acredito que tenha sido essa a intenção do autor, sendo que, seguramente, não foi a minha.
7.º- De facto, pelo estado das coisas e do país, muitas vezes apetece mesmo sair de férias e ao chegar, está tudo morto, preparado para um renascimento de um Portugal novo.

Conclusão:
Pelo exposto, e ainda não seja devida alguma explicação, a transcrição (porque o texto, infelizmente, não é de minha autoria), não é um texto de fuga ao que quer que seja.

Anónimo disse...

Gostei do título. Gostei do texto.
A mensagem que está implícita não é nova.
Quantos de nós não pensámos um dia, perante "o real", "partir"? Independentemente da razão por que se foge, para onde ou para quê.

Do que conheço deste espaço, consigo compreender as questões colocadas.
Já a explicação... surpreendeu-me. Porquê?

Anónimo disse...

..."et voila"!!! :):):)