Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Como se tivessem boca.
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto;
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
5 comentários:
L I N D O S !
... os três! ... :)
...Bem sabendo não ser por mim que o transpõe, sinto que o devo agradecer...é lindo...adoro-o...e encontrá-lo aqui...fez me sorrir...:)
Cara(o) anónina(o):
Efectivamente, a transcrição não foi por causa de ninguém, que não a minha própria vontade de o publicar e partilhar.
Mas ainda bem que, pelo menos, serviu para a(o) fazer sorrir.
Confesso-lhe que, pela última série de quadros, esta a ver quando "se decidia" a publicar essa pintura. Dá-nos que pensar como alguém que, "decidiu" ser louco, possa ter quadros de um perfeccionismo realista como o demonstrado na pintura que ora nos trás. Mas será tanto assim?
Aparentemente, demonstra uma serenidade, uma calma... No entanto a pintura não consegue deixar de transmitir algum “desarranjo”. Focando a atenção no enquadramento da janela e na própria janela, a impressão que dá é a de que o interior é a paisagem; a de que a rapariga se encontra, precisamente, do lado de fora da janela, como que um “minore” da privacidade da paisagem.
Fica, talvez, um ponto de vista alternativo para a interpretação do quadro e da “loucura” de Dali.
Caro JTR:
Seguramente (e abusando claramente da boa vontade e amabilidade que demonstrou) me perdoará os extensos comentários e a impertinência dos mesmos, mas não consigo ficar indiferente à pintura de Salvador Dalí. Sou um mero apreciador, e de modo algum me considero, ou sequer aceito, o qualificativo de conhecedor da pintura de Dalí. O fascínio pela sua pintura parte, também, do fascínio pela construção da sua figura e do seu Génio. Fica, então, o pedido de desculpas.
Caro Visconde, partilhamos da 'mesmíssima' opinião! :)
O que me cativou nesta pintura foi exactamente a sua "aparente" contradição com a obra a que Dalí nos habituou. A sua simplicidade, realismo e o pormenor!
A visão que nos apresenta é deveras curiosa...
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